A construção de novas subjetividades e o protagonismo feminino: resistência por meio do trabalho, cultura e arte

A cidade de Parintins, como palco da cultura popular materializada pelo Festival Folclórico, apresenta uma biodiversidade e diversas tradições regionais, se tornando um dos polos mais importantes para a Ciência no interior da Amazônia. O livro Trabalho, cultura e poder: olhares interdisciplinares, organizado por Julio Claudio da Silva, Iraildes Caldas Torres e João Marinho da Rocha, é fruto do II Seminário do NEAB/CESP e do II Encontro de pós-graduação do Baixo Amazonas, trata exatamente dessa interiorização da ciência revelando os fenômenos históricos que ocorrem nas comunidades ribeirinhas adjacentes e também na cidade de Parintins.

A obra é uma coletânea dividida em 3 partes, nas quais são abordados diversos assuntos, dentre eles: a realidade dinâmica que compõe as esferas sociais das pessoas que vivem e convivem na cidade de Parintins; o protagonismo feminino e suas relações com o poder; a importância das representações do festival de Parintins, das identidades indígenas nos espaços urbanos e como suas expressões religiosas são significativas.

Na primeira parte, sob o título Gênero, cultura e poder, os autores, além de apresentarem importantes reflexões acerca do sujeito contemporâneo e o surgimento de novas subjetividades, também procuram demonstrar que a figura da mulher esteve sempre presente no interior da cultura, revelando assim seu protagonismo histórico-cultural e sua relação com o poder, promovendo deste modo discussões e debates quanto ao papel feminino diante de uma sociedade patriarcal justificado pela imposição sociocultural e religiosa.

Em Arte, trabalho e representação, são registrados os processos organizacionais dos espaços urbanos e suas relações com as identidades indígenas, e como essas identidades são representadas nas toadas do Boi-Bumbá no Festival Folclórico de Parintins, apresentando a arte parintinense e as vozes indígenas por ela expressa. A seguir, é apresentado um estudo conceitual da identidade cultural para que se possa compreender a cultura indígena e, também, traz relatos por meio de narrativas orais daqueles que trabalharam arduamente na Juta apontando suas relações nas atividades econômicas da época.

Na última parte, intitulada Movimento sociais e religiosidade, são expostas, por meio de narrativas orais, as memórias, crenças e fatos dos atores sociais que colaboraram para o surgimento do bairro Itaúna I na cidade de Parintins – AM, destacando o movimento social de luta pela moradia. A pesquisa, além de trazer reflexões sobre as ações dos sujeitos no processo de formação e organização do grupo responsável por esse movimento social, retrata ainda aspectos da história do Baixo Amazonas por meio de suas manifestações culturais e religiosas como o Ritual da Tucandeira e a devoção a Nossa Senhora do Carmo, e as representações que a festa folclórica de Parintins tem sobre o povo indígena Sateré-Mawé.

Em suma, a obra Trabalho, cultura e poder: olhares interdisciplinares traz uma temática rica e diversa sobre gênero, cultura, poder, trabalho, arte e movimentos sociais revelando a força da interiorização das universidades por meio das pesquisas aqui descritas e ampliando os conhecimentos e saberes produzidos no Baixo Amazonas, por meio de suas manifestações artísticas e culturais, colaborando para a compreensão das identidades indígenas, a construção das novas subjetividades e a relação destas com a modernidade.

Ficou interessado? O livro pode ser encontrado em nossa página no Repositório Institucional da UEA!

Você pode acessá-lo nesse link: http://repositorioinstitucional.uea.edu.br/handle/riuea/3675 e baixá-lo de forma gratuita.

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