Entre textos e livros: uma conversa com a equipe de revisão e redação da Editora UEA

Comemorando o Dia do Revisor (28/03), a Editora UEA trouxe a equipe de revisão, composta pelos estagiários Lucas Ramos e Marcelo Pedro, a redatora e revisora Sindell Amazonas, o revisor chefe André Teixeira e o editor chefe Wesley Sá, para falar um pouco sobre o trabalho editorial e as suas escolhas profissionais no curso de Letras.

  • Por que escolheram cursar Letras?

André: Quando era mais jovem, à época do Ensino Médio, a Língua Portuguesa era uma das disciplinas que mais me chamavam atenção por causa de sua gramática. Ao entrar na Universidade, essa paixão aumentou mais ainda quando tive contato com disciplinas que ensinam sobre as variações da língua e seu funcionamento dentro dos variados contextos sociais, isso para mim é algo fantástico.

Wesley Sá, editor chefe na Editora UEA

Lucas: Sempre tive muita afinidade com a literatura, especialmente em prosa, mas também com poesia e teatro. Também me interesso pelo estudo de línguas e seus aspectos, como etimologia e semântica. Por isso, acabei me identificando com o curso de Letras.

Marcelo Pedro: Bem, no meu último ano do Ensino Médio ainda não tinha decidido o que cursar, e minha mãe sugeriu que eu escolhesse Letras por gostar muito de estudar línguas e pela afinidade com as matérias de português e literatura, e eu gostei da ideia e decidi fazer o vestibular para cursar Letras.

Sindell: Quando estava no ensino fundamental, a minha curiosidade foi despertada através da etimologia. Pensei “cara, como deve ser incrível saber o significado por trás das palavras apenas com radicais, prefixos, sufixos… Imagina na faculdade”. Minha filosofia é acreditar que as palavras são poderosas. Você pode curar através delas, transformá-las em outros significados… É fascinante. Por fim, a minha curiosidade acabou influenciando a minha escolha de curso (ainda bem!).

Wesley: A princípio, o curso foi minha segunda opção, pois tinha feito planos de cursar a graduação em outra disciplina junto com alguns amigos do ensino médio. No entanto, o curso me chamou muita atenção por abordar assuntos que eu sempre gostei (e outros que eu nunca imaginei) e isso fez com que aflorassem em mim novas perspectivas sobre o que eu já imaginava entender.

Lucas Ramos, estagiário de revisão de textos
  •  O que levou vocês a escolherem o rumo editorial?

André: Eu tinha a convicção de que o editorial me ajudaria não só em conhecimentos quanto aos processos de edição, mas também em meu próprio desenvolvimento profissional. Quero destacar que acredito que o editorial me escolheu, pois nem tinha certeza que seria selecionado, rs. Participei da seleção e aqui estou.

Lucas: Principalmente minha familiaridade com a leitura de livros e escrita. Além disso, me sinto mais confortável trabalhando em silêncio, concentrado, ou ouvindo uma música ambiente.

Marcelo Pedro: Escrever é a complementação da leitura, tenho essa ideia comigo, então seguir por esse caminho é mais uma maneira de me aperfeiçoar, não só profissionalmente, mas também como ser humano que pensa em contribuir com a sociedade de alguma maneira, parece uma ideia bem idealística, mas é o que me atrai e converge para meu interesse no rumo editorial.

Sindell: Foi questão de tempo, na verdade. Sempre fui estimulada no campo da escrita e literatura. Sinto que me encontrei nesse ramo da editoração. Sempre comento que perco a noção do tempo revisando materiais ou criando textos para algum post. Eu sabia que em uma hora ou outra trabalharia nesse meio, estou feliz que seja na editora da minha universidade.

Wesley: Eu sempre imaginei em trabalhar em algo que gostasse e que não me frustrasse por se tornar uma obrigação (e eu sempre gostei de ler). Além disso, era uma outra visão sobre o mercado de trabalho, pois sempre me diziam que com a conclusão do curso de Letras eu só poderia ser professor ou pesquisador.

Sindell Amazonas, redatora e revisora na Editora UEA
  • Sobre revisar e produzir textos, existe algum meio de concentração em um trabalho que existe bastante atenção?

André: Uma vez que precisamos sempre estar atentos às demandas, talvez a melhor maneira de nos concentrarmos é mantendo uma boa dinâmica e interação com todos os componentes da equipe, para juntos mantermos o ambiente agradável.

Lucas: Na minha experiência, ouvir música erudita sempre ajudou bastante na concentração e no controle da ansiedade. Determinar períodos de tempo (25-30min) de foco total ajuda bastante também.

Marcelo Pedro: Gosto de ouvir música enquanto trabalho, a música é mais uma das minhas paixões e apesar de parecer contraintuitivo, me deixa mais focado enquanto trabalho e até mesmo quando estou estudando, nesse caso prefiro ouvir algo mais instrumental para não dispersar minha atenção na parte lírica da música.

Sindell: Eu sou meio dispersa. Então, ao longo da minha estadia na Editora, fui testando métodos que contribuíssem no meu rendimento. Ouvir música me ajudou bastante a focar; hoje em dia, não consigo revisar ou ler algum material sem meus fones de ouvido.

Wesley: Isso é muito particular de cada um, pois eu já tive uma fase em que trabalhava melhor ouvindo músicas (principalmente em línguas que não tenho conhecimento), mas atualmente tenho preferido o silêncio, pois me concentro melhor aos detalhes.

  • Falando sobre livros da Editora UEA, tem algum favorito que tenham lido ou trabalhado?

André: Ah, são vários, mas gostaria de destacar os livros que trabalhei: a segunda edição de A fala manauara: documentação e análise linguística dos fenômenos variáveis do português falado/escrito em Manaus e A Fala manauara II: variação e ensino. Esses dois livros são para mim um tesouro linguístico de nossa região.

Lucas: Sim! Um dos meus preferidos é A fala manauara documentação e análise linguística dos fenômenos variáveis do português falado/ escrito em Manaus, organizado pelos professores Valteir Martins, Silvana Martins e Jussara Araújo.

Marcelo Pedro: Recentemente, escrevi a resenha da segunda edição do livro Ao longo da ribeira: estudos de Literatura Portuguesa (2000-2010) de Mauricio Matos e estava lendo o Dicionário de palavras de origem indígena nas toadas dos Bois-Bumbás de Parintins das autoras Dulcilândia Belém da Silva e Silvana Andrade Martins.

André Teixeira, revisor chefe na Editora UEA

Sindell: Áfricas, escravidão e liberdade, um dos primeiros trabalhos que acompanhei desde a primeira revisão de arquivo original até a fase final de revisão de prova. Peguei no colo e tudo. Mas, eu também adoro A antitradição brasileira, falei dele por meses depois de ler. Não tem como, a Editora UEA só publica livros incríveis, né?

Wesley: Com certeza meu livro favorito é Do inefável ao afável – ensaios sobre sexualidade, gênero e estudos queer, organizado pelo professor Mário César Lugarinho. Infelizmente a edição está esgotada, mas foi o primeiro livro da Editora que li, antes mesmo de trabalhar nela. Estava procurando obras para embasar minha pesquisa do TCC e acabei encontrando essa, que me ajudou bastante e tirei bastante proveito de seu conteúdo.

  • Qual o papel da Editora UEA no desenvolvimento profissional de vocês?

André: O papel da Editora é uma ferramenta fundamental para o nosso desenvolvimento profissional, uma vez que nos possibilita o trabalho com a revisão de textos, oportunizando a pôr em prática os conteúdos que aprendemos na graduação.

Lucas: É essencial, visto que é uma das primeiras experiências profissionais na minha área de estudos e eu não poderia estar mais satisfeito com a função que exerço na Editora. Além disso, o ato de revisar me dá mais motivação para estudar gramática, estilística, formatação etc.

Marcelo Pedro, estagiário de revisão de textos

Marcelo Pedro: Penso que é fundamental para quem deseja dar um passo inicial na carreira e seguir no rumo editorial, seja de jornais ou de livros mesmo, é uma ótima oportunidade pra conhecer o ambiente e se acostumar com o dia a dia editorial.

Sindell: Eu poderia escrever por horas. Sou outra pessoa. Hoje tenho gratidão e um orgulho imenso de poder contribuir, de alguma forma, a divulgar a ciência e pesquisa do Amazonas. A gente tem que ter orgulho disso. É a nossa região sendo pesquisada e explorada. É uma linguagem de amor. Além disso, aprendi a ter foco e a ser mais organizada; que meus pontos fracos me fazem crescer, não o inverso. Aprendo muito com a minha equipe, faz toda diferença trabalhar com pessoas que te inspiram a ser melhor, que fazem críticas construtivas e reconhecem o seu trabalho. Sempre aprendo algo novo. Vejo, por fim, um crescimento absurdo na minha vida profissional, acadêmica e pessoal com a Editora UEA e sou completamente apaixonada pelo meu trabalho.

Wesley: Eu comecei na Editora como estagiário e hoje sou funcionário, e posso falar que nesses seis anos a Editora se tornou, não apenas um local de trabalho, mas uma família. Posso garantir que tanto meu crescimento pessoal, quanto profissional são graças a Editora UEA.  

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