No mês de fevereiro, a Editora UEA indica a obra Espaço Primatas: educando em prol dos macacos amazônicos, organizada por Luciane Lopes de Souza et al. Publicado em 2023, esse livro aborda a importância da educação ambiental no contexto amazônico, com ênfase na conservação dos primatas da região. Através de atividades lúdicas e informações científicas acessíveis, a obra visa engajar estudantes em ações de proteção da biodiversidade, despertando o interesse por um tema tão urgente e relevante.
No prefácio, Renata Bocorny de Azevedo, analista ambiental do CPB/ICMBio, compartilha sua trajetória na primatologia, iniciada em 2001, ressaltando sua experiência de campo com sauins-de-coleira em Manaus e sua coordenação no Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-coleira. Ela destaca a importância dos planos de ação participativos para a conservação das espécies ameaçadas. Seu relato reforça o papel essencial do Projeto Primatas na popularização do conhecimento ambiental. A seção de apresentação expõe que a obra surgiu a partir das experiências práticas do Projeto Primatas, desenvolvido na Escola Normal Superior da UEA em Manaus. Com foco na educação ambiental, o livro propõe atividades interativas que estimulam o interesse pela biodiversidade, promovendo tanto o ensino formal quanto ações em espaços não formais, como parques e zoológicos. Além disso, o leitor é apresentado à equipe organizadora, oferecendo um panorama dos currículos e da dedicação dos envolvidos.
O primeiro capítulo, Por que precisamos falar de Educação Ambiental?, alerta para a crescente perda das florestas e da biodiversidade, destacando ameaças diárias como desmatamento, queimadas, garimpos ilegais, caça e tráfico de animais. A obra enfatiza que as ações de educação ambiental são ferramentas poderosas para modificar comportamentos e inspirar cidadãos a tomar decisões positivas em prol da natureza, reforçando que salvar a fauna e a flora é, na verdade, garantir o futuro da própria humanidade.
Em Conheça a história do Projeto Primatas da UEA, os organizadores traçam a origem do Projeto Primatas, iniciado em 2017 com a chegada da professora Luciane Souza à ENS, e detalham a evolução de uma pequena equipe de três acadêmicos para um grupo colaborativo composto por 21 membros e diversos parceiros. Essa trajetória de experiências e aprendizados, em colaboração com o grupo de pesquisa “Ecologia de Ecossistemas Amazônicos” do CNPq, demonstra o compromisso com o estudo e a conservação dos primatas amazônicos, despertando a curiosidade do leitor sobre essa rica biodiversidade.
No terceiro capítulo, intitulado A macacada amazônica: vamos conhecer?, o leitor é conduzido a uma viagem pelo universo dos primatas da Amazônia, com uma descrição de 12 espécies que variam em tamanho, cor, comportamento e habitat. O capítulo destaca, inclusive, espécies em situação crítica, como o sauim-de-coleira, explorando as diversas formas de comunicação e organização social desses animais. Ele enfatiza a necessidade de atenção especial às espécies ameaçadas e a importância de conhecê-las para preservá-las.
Em Espaço Primatas: uma proposta para conservação de espécies endêmicas e ameaçadas da Amazônia, é ressaltado que o Brasil abriga a maior primatofauna do mundo, com muitas espécies restritas à Amazônia e fortemente impactadas pelo desmatamento e pela urbanização. São apresentados os objetivos do projeto, que vão desde a sensibilização de estudantes e da comunidade para a conservação dos primatas, até a implementação de ações cotidianas em prol do meio ambiente. Isso reforça o simbolismo do sauim-de-coleira, cuja presença é ameaçada pelo crescimento desordenado de Manaus, convocando todos a assumirem a responsabilidade pela preservação dessas espécies únicas.
No capítulo 5, Conheça nossas atividades: jogos aplicados no Espaço Primatas, são detalhadas atividades lúdicas para o Ensino Fundamental e Médio que estimulam a reflexão sobre a conservação ambiental. São descritos jogos como “A importância do ecossistema” e “Ambientalistas vs. Desmatadores”, utilizando materiais diversos. Cada proposta busca transformar o aprendizado em uma experiência divertida e interativa.
O sexto capítulo propõe jogos que vão desde caça-palavras até labirintos e atividades de pintura. Com uma abordagem leve e interativa, Chegou a hora de brincar com a macacada. Divirta-se! estimula a criatividade e o engajamento dos estudantes. A proposta é fazer com que, através da brincadeira, os participantes internalizem os desafios enfrentados pelos primatas e a importância de adotar práticas sustentáveis, aproximando-os de uma realidade que mistura conhecimento e diversão.
Em seguida, A história do Saulo na Selva de Pedras narra, em formato de história em quadrinhos, as aventuras de Saulo e seu grupo, que enfrentam a invasão de seu habitat natural pela expansão urbana. A trama ilustra os desafios de adaptação, a perda de referências naturais e o impacto da ação humana, terminando com finais abertos que convidam o leitor a refletir sobre o futuro dos primatas em meio ao crescimento desordenado das cidades e a urgência de defender a natureza.
O capítulo seguinte possui o título Galeria de fotos: Momentos das ações do Projeto Primatas. Esta seção visual reúne registros fotográficos das diversas atividades e ações promovidas pelo Projeto Primatas, mostrando desde encontros em zoológicos e escolas até participações em congressos e eventos comunitários. As imagens reforçam o engajamento do projeto e a efetividade das ações educativas, permitindo que o leitor visualize a integração entre teoria e prática na conservação dos primatas amazônicos.
O nono capítulo, Vamos caçar! Hino ao sauim-de-coleira, apresenta uma canção dedicada ao sauim-de-coleira, com letra e música que exaltam as características do macaquinho e alertam para os riscos que a urbanização impõe à sua sobrevivência. A composição ressalta a importância de reconhecer e preservar essa espécie símbolo, incentivando uma postura ativa de cuidado e conscientização por parte da sociedade.
No último capítulo, sob o título Porque devemos falar de conservação?, o livro relaciona a saúde dos ecossistemas à qualidade de vida humana, destacando a importância da conservação ambiental. Ele questiona se o desaparecimento de espécies como o sauim-de-coleira não seria um alerta para mudanças urgentes no desenvolvimento urbano. A narrativa convoca o leitor a adotar práticas sustentáveis e a assumir a responsabilidade coletiva pela natureza.
A seção final reúne agradecimentos à Universidade do Estado do Amazonas, à Escola Normal Superior, à FAPEAM, ao CPB/ICMBio, ao Zoológico CIGS, à SEMMAS e a todos os voluntários, gestores, professores e alunos que contribuíram para o sucesso do Projeto Primatas. Além disso, tem-se um glossário com termos essenciais, como “cuidado parental” e “cauda preênsil”, que facilita a compreensão dos conceitos técnicos abordados ao longo da obra.
Espaço Primatas: educando em prol dos macacos amazônicos é uma obra exemplar que une conhecimento científico, atividades lúdicas e engajamento comunitário para promover a educação ambiental. Com uma narrativa que abrange desde a trajetória de pesquisadores e projetos inovadores até dinâmicas interativas e reflexões críticas sobre a conservação, o livro se apresenta como uma ferramenta indispensável para educadores, estudantes e todos os interessados na proteção da biodiversidade amazônica. Ao estimular a consciência ambiental e o protagonismo na preservação dos primatas, a obra reafirma a importância de se construir um futuro sustentável, no qual o equilíbrio entre desenvolvimento e conservação seja prioridade.
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