No mês de março, a Editora UEA traz uma entrevista com os autores de Espaço Primatas: educando em prol dos macacos amazônicos, disponível em versão digital e física. A obra foi selecionada para ser o livro de destaque no mês de fevereiro e propõe a aplicação da Educação Ambiental no ensino básico por meio de alertas ambientais, como a extinção do sauim-de-coleira. Nessa conversa, são abordados temas de preservação, educação ambiental e a importância da obra para a educação, público infantil e a comunidade amazonense. Vem conferir!
Sabendo sobre o Projeto Primatas, como surgiu a ideia de produzir um livro sobre os macacos amazônicos?
A ideia iniciou dentro da equipe do Projeto Primatas da UEA (PPUEA), que foi criado em 2018 com estudantes da Escola Normal Superior. Inicialmente, pensávamos em fazer uma cartilha para nos ajudar a trabalhar com as crianças, uma vez que o Espaço Primatas (programa de extensão da Escola Normal Superior) trabalha com a Educação Ambiental voltada para as crianças, nas escolas ou em espaços não formais. No entanto, ao longo da pandemia do Covid-19, decidimos expandir a ideia original e incluir mais informações sobre o nosso projeto e sobre o que construímos ao longo dos anos, além de contar um pouco sobre as características dos macacos amazônicos, decidimos, ainda, criar uma parte interativa, com jogos, espaços pra pintar, música e uma história em quadrinhos.
Por que a obra é voltada ao público infantil?
Bom, a obra Espaço Primatas: educando em prol dos macacos amazônicos é fruto de um trabalho de extensão de 5 anos de existência (fez em 2023), voltado basicamente para o público infantil. Nós começamos a partir da ideia de um estudante de Biologia que tem uma afinidade muito grande em trabalhar a Educação Ambiental e, em especial, para a conservação dos primatas. Deste momento em diante, começamos a criar jogos didáticos originais e sempre com muita ludicidade conseguimos atrair a atenção do público infantil. Hoje, temos também um trabalho periódico voltado para a Divulgação Científica nas redes sociais, mas tudo começou em 2018 somente nas escolas com crianças do ensino fundamental, depois levamos para o ensino médio e depois para os espaços não formais. O mais interessante é que universitários de vários cursos da ENS já fizeram ou fazem parte dessa equipe: alunos de Biologia, Pedagogia, Geografia, Letras e Matemática que curtem trabalhar com as crianças.
Sabemos que a importância da produção se trata do perigo de extinção do sauim-de-coleira, podem falar mais sobre a razão de disseminar o conhecimento amazônico?
Nos nossos trabalhos de pesquisa, extensão, divulgação científica e ciência cidadã nós enfatizamos as espécies ameaçadas de extinção e as principais ameaças por elas sofridas. Dentre essas espécies da Amazônia, está o sauim-de-coleira, que é um pequeno primata que sofre um risco muito grande de extinção na nossa cidade de Manaus. Ele é endêmico, ou seja, só pode ser encontrado nas florestas de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Entretanto, essas florestas estão sendo invadidas ou destruídas por vários fatores, dentre eles: queimadas, desmatamento e expansão urbana, o que leva as populações de sauim declinarem com o tempo. Além da perda do seu habitat, muitos sauins são encontrados mortos por atropelamento ou eletrocussão, e ainda já foram pegos como animais de estimação. Durante as nossas ações, percebemos que muitas crianças desconhecem o sauim-de-coleira e não sabem que ele é o mascote da cidade de Manaus. Por isso, levantamos sempre essa bandeira, a da conservação do sauim-de-coleira. Mas ainda temos muito trabalho pela frente. É fundamental que mais ações de EA sejam feitas por toda a cidade e nos arredores.
Por fim, considerando o contexto atual de mudanças climáticas, extinção e desmatamento pelo planeta, como vocês enxergam o futuro se não forem consideradas alternativas para combater esses agravantes? Quais são as formas que podemos recorrer para um futuro sustentável?
Já estamos preparando o nosso segundo livro que tem como título preliminar: Espaço primatas: por uma floresta viva! Nós vamos enfatizar as histórias que as crianças nos contaram nas Oficinas de HQs durante os últimos dois anos, nós vamos interagir com os leitores e especialmente mostrar a eles o que seria uma floresta sem os macacos e uma floresta com os macacos. Vamos ainda dar 10 motivos para ajudarmos na conservação da biodiversidade e, em especial, do sauim-de-coleira. Enfim, este próximo livro será bem rico em informações e bem ilustrativo também.
Com isso, queremos mostrar que se não houver uma educação ambiental atuante, que promova a transformação no pensar e no agir das pessoas, poderemos ter uma floresta vazia e não viva, visto que os recursos naturais são esgotáveis.
Precisamos de mais pessoas com responsabilidade ambiental, e isso se constrói desde a primeira fase da educação básica. Por isso é tão importante a EA nas escolas e em todos os espaços. É importante gerar um sentimento de pertencimento nas pessoas, pois cuidar do ambiente em que vivemos é cuidar do nosso próprio bem-estar. Essa harmonia entre homem e natureza precisa acontecer o quanto antes.
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